Por Mariana Albuquerque
Um dos principais recursos para atrair a leitura das notícias, o título jornalístico é o foco da pesquisa científica coordenada pelo professor doutor Lucas Santiago Arraes Reino, do curso de Jornalismo da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), campus Imperatriz, em parceria com a professora doutora Thaísa Bueno, do mesmo curso. O estudo iniciou a catalogação dos títulos de jornais brasileiros como a Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, BuzzFeed, e de exemplos dos chamados títulos caça-cliques, que já foram transformados em artigos.
Entre os achados das pesquisas, algumas descobertas que apontam diferenças entre os títulos usados nos jornais impressos e os da web; a influência da publicidade nos títulos para angariar mais audiência (https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/4573) ; a relação do lead (primeiro parágrafo da matéria) com o título (http://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/127781) e, mais recentemente um estudo ainda no prelo sobre as métricas e estratégias de SEO na escrita desta frase.
Com o desenvolvimento e aprofundamento das pesquisas sobre títulos, feitas em parceria comos membros do grupo de pesquisa GCiber, surgiu a necessidade de criar um banco de dados dos títulos. “ A ideia é criar um sistema de armazenamento e filtragem digital que nos permita armazenar os títulos em grande quantidade, permitindo separar por veículo, mídia, ano, editoria entre outras características, e a partir desse enorme volume que esperamos ter, trazer mais resultados para essa área de estudo”, afirma o professor Lucas Reino.
Entre as hipóteses da pesquisa estão a descoberta de padrões linguísticos ligados a editorias, o que é afirmado, mas não comprovado cientificamente, como explica o professor: “A gente sabe que o título da editoria de Cultura costuma ser mais leve, mais lúdico até, mas queremos ter uma base sólida de coleta para apontar em que nível, de que jeito essa leveza aparece, queremos trazer essas informações de forma científica”.
Outro resultado esperado é o de identificar as transformações que os títulos foram recebendo através dos tempos, saber se o título escrito na década de 1980 é diferente do título de 1990, 2000 e assim por diante, afirma o pesquisador.
Público
O banco de dados ficará aberto para outros pesquisadores e para o público em geral, a ideia é que ele seja transformado em um projeto de colaboração aberta, ampliando os conteúdos cadastrados e também servindo de consulta para criação de títulos e estudos mais simples para o dia a dia dos jornalistas e pesquisadores.
A previsão de publicação do banco de dados dos títulos está para o segundo semestre de 2020, afirma o professor Lucas Reino. O endereço ainda não foi disponibilizado para o público.