Texto: Frida Bárbara Medeiros
Foi refletindo sobre o conceito de telejornalismo regional e as aplicações práticas dele no contexto maranhense que a mestranda em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão, Sarah Dantas, está desenvolvendo a dissertação. O trabalho, orientado pela professora doutora Camilla Quesada Tavares, tem como título provisório “Telejornalismo regional no Maranhão a partir da visão de quem produz a notícia: conceitos, implicações e práticas”, e apresenta objetivo central compreender o conceito de jornalismo regional a partir da percepção e da atuação profissional dos jornalistas das redações da TV Mirante e da TV Difusora, do Maranhão.
“Nós temos uma literatura a qual aponta que o jornalismo regional é aquele que está mais próximo das pessoas que residem em uma determinada localidade, o qual oferece espaço de pertencimento, autorreferência, e que tem capacidade para (re)construir as identidades, que são multifacetadas, e representá-las midiaticamente. Então, o intuito da minha dissertação é observar se os jornalistas entendem dessa forma o exercício do jornalismo regional”, explica Sarah Dantas.
Além de destinar o estudo para a percepção e atuação profissional dos jornalistas, a mestranda fez um panorama sobre a estrutura organizacional e jornalística das duas emissoras, procurando identificar como se estruturam, pois de acordo com a discente, o levantamento desses dados ofereceu pistas para compreender como, na prática, é produzido e reproduzido o telejornalismo local e regional em todo o estado.
Próxima da qualificação, que vai acontecer dia 08 de outubro, a pesquisadora vai levar o mapeamento das redações dos telejornais concluído, junto com a parte teórica do trabalho desenvolvida, além de algumas entrevistas já realizadas e resultados do que tem percebido com a pesquisa. “Os principais achados do mapeamento apontam para um sistema de mídia marcado por interesses e ligações com grupos políticos. Destacamos as fortes relações políticas; redução de equipes; produções centralizadas na cabeça de rede; discrepância na área de cobertura das três praças da TV Difusora; e enxugamento de redações na TV Mirante, como implicações para a produção da notícia regional do suporte televisivo do estado do Maranhão”, destaca a mestranda.
Nesse sentido, Sarah traz uma síntese das principais implicações desses apontamentos para a produção da notícia regional nas redações jornalísticas maranhenses. “Os dois veículos concentram a produção jornalística nas cabeças de redes, na capital São Luís, algo que dificulta a representação e manifestações das particularidades do estado, pois o Maranhão é rico em diversidade cultural. Essa é outra implicação que afeta o afloramento do jornalismo regional”, afirma.
Com a conclusão do trabalho prevista para o ano de2021, a mestranda espera que a pesquisa possa contribuir tanto com estudos da área da Comunicação, quanto com os veículos que operam no estado, tendo em vista que não há trabalhos que sistematizam como as emissoras de televisão do Maranhão se organizam, e nem mesmo as próprias empresas possuem os dados estruturados.
Para concluir, a pesquisadora comenta como tem sido a experiência na pós-graduação e de que forma isso tem contribuído para a sua formação pessoal e profissional. “O mestrado tem me proporcionado uma experiência única. Desde a graduação eu tive vontade de seguir carreira acadêmica. Eu gosto de fazer pesquisa, de debater as vertentes da comunicação, e em especial, do jornalismo. No mestrado eu tenho me aprofundado cada vez mais dessas discussões que têm acrescentado não só na minha formação acadêmica, como também na minha vida pessoal. Por meio do mestrado tenho tido diversas oportunidades que estão contribuindo para quem eu sou hoje, como pesquisadora e como futura professora”, conclui.
Trajetória na pesquisa: A afinidade com o jornalismo regional desde a graduação
Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão, Sarah Dantas tem uma trajetória na pesquisa desde 2016, quando ingressou no Grupo de Pesquisa em Comunicação, Sociedade e Política (COPS), em que foi bolsista de iniciação científica e começou a pesquisar sobre o jornalismo regional nas redes sociais e na televisão, o que resultou no trabalho de conclusão de curso, em que Sarah buscou identificar como a região Nordeste era representada no Jornal Hoje. “Estudo mídia regional desde a minha graduação em Comunicação Social/Jornalismo, quando entrei no grupo de pesquisa que faço parte até hoje, o COPS. Tive uma professora e orientadora, a Leila, que me convidou para o grupo e que despertou em mim o anseio pela pesquisa e o desejo em estudar mídia regional”, diz Sarah. Atualmente, no mestrado, a pesquisadora continua com pesquisas direcionadas ao jornalismo regional.
No currículo, a mestranda, que é bolsista pela Capes, conta com publicações em revistas acadêmicas, anais de eventos, participações e apresentações de diversos trabalhos e ministração de minicurso no simpósio de comunicação da UFMA.
Para conhecer mais sobre os trabalhos desenvolvidos pela Sarah Dantas, acesse:
http://lattes.cnpq.br/3598812775524459