in

Professor e pesquisador Allan Kardec Barros traz em sua pesquisa publicada pela revista The Lancet um artigo que retrata o contágio e as consequências do Zica vírus em fetos humanos em formação

Por: Daniel Vasconcelos

 

O Professor e pesquisador Allan Kardec Barros contribui na área do esclarecimento e das consequências do Zica vírus no desenvolvimento fetal humano tendo a microcefalia e constantes ataques epiléticos como consequência desse contágio ainda na formação gestacional.

A trajetória de Allan Kardec Barros:
“Nasci em Imperatriz, a Princesa do Sertão. E vivi a infância nas matas de Grajaú, tomando banho de rio e convivendo com meus amigos Guajajaras. Na adolescência, fui para São Luís. Fiz a graduação na UFMA, em Engenharia Elétrica. Depois ganhei uma bolsa do Governo Japonês e me mudei para o Japão, onde terminei o Mestrado na Universidade de Toyohashi e o doutorado na Universidade de Nagoya. Depois, fui convidado para um pós doutorado no RIKEN, numa posição que denominada “Frontier Researcher”, e lá trabalhei basicamente com o Brain Science Institute, onde se investigava profundamente o cérebro e havia belíssimos trabalhos em interface cérebro-máquina.”

Contribuição na área:
Na pesquisa ele desenvolveu uma metodologia para mapear a infecção intrauterina com o vírus Zika que foi associada a malformações cerebrais graves, microcefalia e atividade eletrofisiológica anormal.

“A visão de um bebê nascido de uma mãe que foi picada pelo mosquito Aedes Aegypti e teve Zika é uma experiência intensa. A força da mãe é encantadora e estimuladora. A criança tem mais de uma centena de eventos epiléticos por dia. A mãe tem de se redobrar em cuidados. Então, começamos a estudar os bebês para que a família tivesse uma qualidade de vida melhor. Para isso, a nossa obrigação é buscar e garimpar conhecimentos.” Diz Allan Kardec

E tratando especificamente das características da má formação cerebral, craniana e das consequências no desenvolvimento mental e nos diversos ataques epiléticos diários sofridos pelos portadores da microcefalia , Allan Kardec destaca nessa pesquisa,
“Que seu grupo trabalha com o monitoramento e com opções para o tratamento, e como diminuir esses eventos. Portanto, os artigos são fruto de várias mãos. De corações que tenho o privilégio enorme de partilhar suas vidas. Os coautores são seres humanos extraordinários e inspiradores. Nessa linha que trabalhamos e vemos que os frutos vão aparecendo. Não só para a criança, mas para a sociedade que se apropria de conhecimento, podendo então aplicar as ferramentas que descobrimos em outras áreas de conhecimento.”

Outras Pesquisas:
Temos dois artigos publicados nestes últimos dias. O primeiro trata da análise do eletroencefalograma e tomografia computadorizada. Ele trata da relação entre o que acontece no cérebro do bebê e morfologia de sua cabecinha. No segundo, utilizamos inteligência artificial para identificar eventos epiléticos. É importante notar que em alguns pacientezinhos têm entre 200 e 300 eventos diários.

“Diria que minha formação me fez um operário que carrega uma caixa de ferramentas. Principalmente em matemática, estatística e em engenharia. A Ciência é absurdamente encantadora e desafiadora para ficar circunscrita em uma área… Não partilho da ideia do mundo de hoje que você tem de ser super especialista. Pesquisar é buscar o autoconhecimento, pra isso temos de trabalhar no limite de nossas forças. E nestes dias inusitados então, fazer Ciência no Brasil se tornou um ato de resistência diário.”, pontua Allan Kardec Barros

“Nestes dias inusitados então, fazer Ciência no Brasil se tornou um ato de resistência diário.” Diz Allan Kardec Barros

O professor demonstra em sua pesquisa uma preocupação social quanto ao acompanhamento desses dos portadores dessa alterações genéticas ocasionadas pelo Zica vírus buscando melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.

“A neurociência é um campo vasto, uma avenida enorme de descobertas. Este vai ser o século do cérebro, definitivamente. Precisamos entendê-lo para nos entendermos! Saber como ele funciona para nos conhecer a nós mesmos – como é a sugestão do Templo de Delfos, na Grécia antiga, há mais de 2500 anos.” Destaca Allan Kardec Barros

Para uma soma de conhecimentos o Professor e Pesquisador Allan Kardec Barros indica os seguintes livros, o livro do professor Sidarta Ribeiro, “O oráculo da noite”, o do professor Antonino Damasio, “O erro de Descartes” e o de Oliver Sacks, “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”.

Link do artigo artigo publicado pela revista The Lancet: https://www.thelancet.com/journals/eclinm/article/PIIS2589-5370(20)30252-2/fulltext?fbclid=IwAR1vzLXpkHp9xbT7TtmOBUKb4AqpoO6nyQ1cijWWXD_vaBjIq6fm3eLPSbM

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Aluna do PPGCOM investiga de que modo a pandemia da COVID-19 tem impactado a produção e consumo de grandes reportagens

José Messias: de Clark Kent as Gambiarras a trilha acadêmica entre jornalismo cultural, tecnologia digital e cultura hacker