Por Maron Ramos
Pesquisadores descobriram meio de impedir as consequências da infecção provocada pelo parasita causador da malária placentária. O estudo, publicado Scientific Reports, do grupo Nature, e que conta com a participação do professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Aramys Reis, descreve que, através do bloqueio do receptor TLR4, um receptor de imunidade inata (TLRs, do inglês Toll Like Receptors) responsável por contribuir com a inflamação na placenta, torna-se possível inibir os efeitos nocivos da malária placentária, que pode não apenas aumentar o risco de aborto e de parto prematuro, como também prejudicar o crescimento do feto no útero.
A pesquisa, realizada no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, identificou o TLR4 como o principal receptor da imunidade inata presente na placenta, e que este é responsável por criar uma inflamação em resposta à infecção causada pelo parasita da malária. Com isso, a estrutura da placenta é alterada, causando a diminuição do fluxo de oxigênio transmitido para o feto, que por consequência, dificulta seu processo de desenvolvimento.
Segundo o professor, o receptor TLR4, assim como outros receptores presentes na membrana das células do sistema imunológico, que é responsável por reconhecer agentes ou moléculas estranhas ao organismo, já haviam sido descobertos há um tempo, porém não eram estudados com grande profundidade, mas que agora a sua importância vem sendo notada em diferentes áreas.
Como resultado da investigação, foi apontado que com a utilização do IAXO, uma droga experimental, ainda não testada em seres humanos, foi possível bloquear a ação do receptor TLR4, e que esta poderá ser no futuro uma forma de evitar os danos causados pela malária durante o período gestacional. Tais resultados foram obtidos a partir de testes realizados em camundongos gestantes infectadas http://tabsmall.com/otc-viagra/.
Uma questão de saúde pública
A malária é uma doença infecciosa transmitida através da picada da fêmea do mosquito gênero Anopheles, conhecido como mosquito prego. Por ano, aproximadamente 250 milhões de pessoas são infectadas ao redor do mundo, e desse número, cerca de três milhões morrem em decorrência da doença que é considerada um dos maiores problemas de saúde pública mundial.
Segundo o Ministério da Saúde, a Região Amazônica brasileira é considerada a área endêmica do país para malária com 99% dos casos, região que compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e do Maranhão.
O artigo TLR4-Mediated Placental Pathology and Pregnancy Outcome in Experimental Malaria (doi:10.1038/s41598-017-08299-x), de Renato Barboza, Flávia Afonso Lima, Aramys Silva Reis, Oscar Javier Murillo, Erika Paula Machado Peixoto, Carla Letícia Bandeira, Wesley Luzetti Fotoran, Luis Roberto Sardinha, Gerhard Wunderlich, Estela Bevilacqua, Maria Regina D’Império Lima, José Maria Alvarez, Fabio Trindade Maranhão Costa, Lígia Antunes Gonçalves, Sabrina Epiphanio e Cláudio Romerso Farias Marinho, pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41598-017-08299-x.
Crédito da Foto:
Foto “Mosquito”: CDDEP Communications via Flickr – CC