Texto: Sarah Dantas
A pandemia da COVID-19 tem interferido em todos os campos da sociedade, afetando as relações sociais, causando uma onda de instabilidades na saúde pública, na economia, na política, e, principalmente, ocasionando grandes mudanças nas práticas e atividades cotidianas. O campo da comunicação, e em particular do jornalismo, precisou se readaptar a este cenário com novos modos de produção e consumo. É refletindo sobre esta conjuntura, que a mestranda, Marina Gama, aluna da primeira turma do PPGCOM, delineia sua pesquisa de dissertação.
Com o título “Jornalismo de fôlego e a COVID-19: análise dos conteúdos do TAB Uol em tempos de pandemia”, a dissertação de Marina tem por objetivo principal investigar as mudanças que ocorreram nos conteúdos relacionados ao jornalismo de fôlego do TAB Uol no site, paralelo às redes sociais Instagram, Twitter e YouTube.
Diante de seu tema de pesquisa e com os capítulos teóricos desenvolvidos a discente reflete que “é visível a premissa de que o período instaurado pela COVID-19 causou interferência em diversos campos da sociedade. E a comunicação, como um dos campos que estão em linha de frente, sofreu modificações em seu processo de produção e recepção não apenas com as transformações sociais, mas também com o desenvolvimento das ferramentas de trabalho. Interessa pensar na hipótese de que os processos comunicacionais foram bastante impactados e estão tendo que se adequar constantemente às mudanças que estão ocorrendo” pontua.
Para a parte empírica do trabalho, a mestranda se apropria da técnica de análise de conteúdo das reportagens veiculadas pelo TAB Uol no período da pandemia da COVID-19 nos meses de março, abril e maio de 2020, comparando-os aos mesmos meses do ano de 2019. Como é aluna da primeira turma, Marina já se encaminha a finalização do curso de mestrado, com a qualificação e defesa final da dissertação.
A discente menciona o interesse e afinidade com pesquisas relacionadas às materialidades do produto e dos suportes jornalísticos e comunicacionais, como também em estudos voltados para experiências e reportagens sensíveis realizadas por produtos jornalísticos. Desde a graduação, a mestranda se dedica a estudar narrativas aprofundadas, quando em seu TCC fez uma pesquisa de recepção das obras de livro-reportagem produzidas pela jornalista Daniela Arbex.
No mestrado, ela continua voltando o olhar para grandes reportagens associadas ao jornalismo de fôlego na web, que além de se dedicar com narrativas mais aprofundadas e detalhadas, possui, por meio das mídias digitais, uma variedade de ferramentas que auxiliará tanto na produção como no consumo dessas matérias.
Trilhando o caminho da pesquisa
Marina Gama é formada em Jornalismo pela Faculdade Estácio, em São Luís, Maranhão, desde 2018. É aluna da primeira turma do Mestrado Acadêmico em Comunicação da UFMA – Imperatriz, sendo bolsista Fapema, e integrante dos grupos de pesquisas GCiber – Grupo de Pesquisa em Comunicação e Cibercultura, e Grupo Jornalismo de Fôlego, ambos da Universidade Federal do Maranhão.
Durante o mestrado, além das atividades obrigatórias e do desenvolvimento de sua pesquisa, a mestranda vem participando de eventos acadêmicos com apresentação de trabalhos, publicação em anais e em periódicos. Além disso, foi ministrante de minicurso e monitora em evento promovido pela universidade.
A discente confessa o anseio em seguir carreira acadêmica, dirigindo-se ao doutorado. “Criei um carinho muito grande pela academia. O contato com professores que me incentivaram desde a graduação e agora no mestrado dão força e esperança de que essa área será mais valorizada e que podemos trabalhar e ajudar pra que isso seja possível. Penso sim em seguir a carreira acadêmica e fazer doutorado. É sempre bom manter o ritmo de estudos e aprendizado”, comenta Marina.
Para quem deseja trilhar o caminho do ensino e da pesquisa, a formação da pós-graduação se torna primordial para moldar e aperfeiçoar os profissionais e futuros professores e pesquisadores da ciência. Marina reflete a importância da dedicação ao mestrado e a inserção em grupos de pesquisa para capacitação enquanto profissional e pessoal.
“Observando minha trajetória acadêmica até aqui, consigo visualizar mudanças bastante positivas, não apenas no âmbito acadêmico, mas também nos outros campos que a pesquisa acaba envolvendo. A participação em grupos de pesquisa tem sido bastante enriquecedora, além das trocas de experiências nos eventos e demais atividades das quais participei. O contato com os professores nas disciplinas, nos grupos ou em outros encontros de orientação tem sido também muito importante para o meu crescimento. Reconheço que preciso estar em constante melhora e buscar sempre novas possibilidades. A vida acadêmica é permeada por aprendizados e desejo extrair cada vez mais coisas boas. Meu desempenho nas disciplinas se deve a muito esforço, não apenas na compreensão do conteúdo explanado, mas também em pôr em prática o que foi ensinado. Tive algumas mudanças de projeto, sempre pensando nas minhas possibilidades e, apesar do medo da mudança, creio que foi a melhor escolha. Um ponto no qual ainda preciso melhorar é a maior participação em eventos e publicações em revistas, visto a importância desses elementos no currículo acadêmico em geral. No mais, acredito e torço para que esteja no caminho certo”, finaliza a discente.
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