Ciência UFMA
Por João Pedro Santos Costa
Com o objetivo desenvolver uma metodologia que permita diagnosticar e avaliar a capacidade de inovação e de crescimento das pequenas e medias empresas. O projeto de pesquisa “Capacidade de Inovação e Crescimento das Empresas Maranhenses de Pequeno Porte”, que se iniciou em 2011, é coordenado por Leonardo Leocádio, professor do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Maranhão, Campus de Imperatriz, Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
As pequenas e médias empresas são fundamentais para o crescimento do país e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE), somam mais de 12 milhões de empreendimentos no país, sendo 170 mil no Maranhão. Mais de 95% das empresas maranhenses são de micro e pequeno porte, e juntas respondem por quase 30% do PIB no estado.
O projeto conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA.
No decorrer da entrevista, o professor Leonardo Leocádio nos explica todos os detalhes do projeto da pesquisa como também os resultados obtidos até aqui. Quer mais detalhes? Confira na entrevista.
Ciência UFMA: Porque da pesquisa ser realizada com Empresas Maranhenses de Pequeno Porte?
Leonardo Leocádio – Trouxemos o projeto de pesquisa, pequenas e médias empresas do Maranhão, por uma solicitação de um pesquisador alemão, que tinha interesse em saber a realidade das pequenas e médias empresas do maranhão, para depois comparar com as empresas da Alemanha e do sul do Brasil.
Quais são os principais objetivos do projeto?
Leonardo Leocádio – Primeiro foi Identificar e mapear as práticas da gestão do conhecimento na literatura especializada; Selecionar um conjunto de práticas da gestão do conhecimento que potencializam a inovação e o crescimento das PMEs; Desenvolver uma metodologia de diagnóstico que combine práticas da gestão do conhecimento, estratégicas de inovação e crescimento para PMEs; Avaliar, através da metodologia desenvolvida, qual a capacidade de inovação e crescimento das PMEs do estado do Maranhão. Além do contato com a realidade de pesquisa no estado do Maranhão, essa proposta visa reforçar parcerias de investigação e atividades em rede, através do intercâmbio de pesquisadores entre a Universidade Federal do Maranhão, a Universidade Federal de Santa Catarina, o Instituto Federal do Maranhão e a Hochschule RheinMain. Diretamente, as universidades envolvidas serão beneficiadas a partir da ampliação dos horizontes científicos, repercutindo na capacitação dos pesquisadores envolvidos e no aumento do número de publicações.
Quais os principais resultados obtidos pelo projeto?
Leonardo Leocádio – Entre os principais resultados obtidos pelo projeto, se destaca essa troca de conhecimento entre as empresas brasileiras e da Alemanha, como também uma adequação da metodologia que os alemães desenvolveram para a realidade brasileira. Conseguimos não só melhorar essa metodologia, como também dar um aspecto mais regionalizado. Hoje temos uma metodologia chamada “radar do crescimento” que é baseado na metodologia alemã “aprender a crescer”, onde nossos pesquisadores podem ir até o mercado de trabalho e falar a linguagem do pequeno e médio empresário maranhense. Dessa forma, tentar entender como essas empresas está desenvolvendo seus mercados e qual é sua real capacidade de crescimento e inovação. Vale ressaltar que todos esses resultados foram discutidos, debatidos e apresentados em congressos nacionais e internacionais, como também tivemos a graça de nossos artigos serem aceitos em periódicos indexados pela CAPES tanto nacional quanto internacional.
A partir dos resultados obtidos com o projeto de pesquisa, o que mudou nessas empresas?
Leonardo Leocádio – Na verdade o que esse projeto faz é um diagnostico de como essas empresas estão se comportando em relação ao gerenciamento do seu crescimento e com relação à inovação. Então as empresas receberam um retorno, que se trata de um diagnostico de como elas estão se comportando, e quais são as principais atividades que elas precisam desenvolver dentro da sua estrutura, sua equipe, pra mudar o seu comportamento no mercado ou pra continuar naquele crescimento caso a realidade seja uma realidade já satisfatória.
Quais as áreas que o projeto abrange?
Leonardo Leocádio – É um projeto multidisciplinar, onde temos pesquisadores de graduação, mestrado e doutorado, dessa forma abrangendo todas as áreas. Aqui na UFMA especificamente, temos alunos do curso de ciências contábeis, direito, mestrado em energia ambiente e mestrado em desenvolvimento regional. Professores com formação em Engenharia, Administração e Economia.
Qual a relevância da pesquisa para o ambiente acadêmico e fora da universidade?
Leonardo Leocádio – Primeiro é fazer essa interação entre a Universidade e o mercado. É importante porque na Universidade estamos desenvolvendo nossos alunos e pesquisadores, comecem a ter um contato direto com a realidade da empresa, que às vezes é bem diferente da realidade dos livros. E para as empresas é uma oportunidade de ter acesso a conhecimentos e informação de qualidade a custo zero.
Quais as instituições envolvidas no projeto no projeto?
Leonardo Leocádio – As instituições envolvidas no projeto foram: Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Universidade Federal de Santa Catarina (UFST); Universidade de Visbardem na Alemanha; SEBRAE, que foi nosso parceiro na ultima aplicação, com mais de 50 empresas participantes no Maranhão; Associação Comercial e Industrial de Imperatriz, que apoia e faz todo o contato com as empresas quando precisamos.
Saiba mais
Aprender a Crescer: http://www.dynamic-sme.ufsc.br/site/o-projeto/metodologia/
